terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A vida sentimental do jovem




Relacionamento. Essa é uma palavra presente na vida de todos os seres humanos, independentemente de faixa etária, sexo e raça. Tudo começa dentro do lar.

Os pais e familiares próximos são as primeiras pessoas com quem o indivíduo estabelece laços afetivos. Anos depois, a criança começa a se relacionar com coleguinhas na escola, na igreja e na vizinhança. O tempo passa e esse indivíduo se depara com uma complicada situação: sua vida sentimental.

Geralmente, na pré-adolescência, o menino e a menina se enxergam de forma diferente. O primeiro já não quer mais jogar bolinha de gude ou brincar de carrinho. E a segunda não quer mais saber das bonecas, nem das brincadeiras de casinha.

Tudo começa a ficar estranho. Quando ela olha para o vizinho, seu coleguinha há anos, sente um frio estranho na barriga. No caso dos meninos, aquela colega de turma deixa de ser a chata para ser a linda, e não é nada agradável admitir que sente o coração bater mais forte assim que a vê.

Momentos de adaptação

Toda mudança exige uma adaptação. É necessário um preparo. O jovem, no entanto, não estudou durante a infância sobre como lidar com seus sentimentos, até porque não é assim que acontece. E esse despreparo, às vezes, se torna um fardo pesado.

Em alguns casos, jovens evangélicos encontram dificuldade de compreender o assunto porque nunca conversaram sobre isso com seus pais, líderes de escola bíblica e pastores. O tema complica ainda mais quando, sem respostas, o jovem começa a namorar e inicia o novo relacionamento sem saber como fazê-lo.

Para a psicóloga clínica e escolar Elaine Cruz, autora do livro “Namoro é + Sexo é –” (foto) O que Somar? Quando Subtrair?, publicado pela MK Editora, a época em que vivemos é privilegiada, já que podemos desfrutar de um progresso tecnológico que inclui telefones celulares, computadores e Internet. Segundo Elaine, todo o mundo está conectado em uma, agora, aldeia global. A facilidade da informação é positiva, mas aumenta a responsabilidade do jovem, que necessita de mais conhecimento para enfrentar, por exemplo, o competitivo mercado de trabalho.

De acordo com a psicóloga, além das descobertas que o jovem passa no seu processo natural, ele tem que se dedicar para ser bom na escola, no curso de idiomas, de informática e no pré-vestibular. A pressão é grande e muitos procuram meios para fugir da responsabilidade. É nesse ponto, que, segundo Elaine, a educação dos pais com base na Palavra de Deus é importante. Normalmente, jovens que não contam com esse apoio tomam o rumo das drogas, do sexo e da violência.

A especialista explica que a violência é estimulada em filmes e desenhos animados. Já a pornografia, desde o início de 2000, está cada vez mais comum em revistas, longa-metragens, na televisão e, principalmente, na Internet, com o crescimento do número de sites eróticos e chats de encontro.

Importância do limite

Com a propagação do erotismo, o jovem tem sido doutrinado pela mídia a praticar relações sexuais o quanto antes. Segundo Elaine, o resultado disso é a dura realidade de moças e rapazes contaminados por doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a Aids, e adolescentes grávidas, que não têm maturidade para cuidar dos seus bebês ou que optam pelo aborto.

Para Elaine, o fácil acesso à informação é ótimo, porém, como tudo, deve ter limites. Os pais devem saber o que os filhos, ainda pequenos, têm assistido na televisão, os sites que têm visitado na Internet e o andamento da criança na escola, incluindo, nesse ponto, as amizades. A presença dos pais no crescimento dos filhos é fundamental para que eles aprendam a fazer escolhas. De acordo com a psicóloga, todo relacionamento está ligado em saber dizer sim ou não.

Mas o que isso tem a ver com a vida sentimental do jovem? Segundo Elaine, tudo. "As decisões amorosas são as mais difíceis. Ultimamente, as pessoas têm vivido relacionamentos cada vez mais curtos. Alguns envolvimentos são tão rápidos que nem o nome de relacionamento podem receber", dispara. Elaine explica que a maioria dos jovens não namora, mas “fica” com alguém durante um pequeno tempo. Às vezes, em uma noite, o casal se beija, mantém relações sexuais, porém mal se conhece. Não se sabe nada sobre o outro, nem mesmo nome ou idade.

Esse comportamento pode ser resultado do medo de uma decepção. Para Elaine, os jovens estão cada vez mais perdidos quando o assunto é namoro, principalmente aqueles que valorizam os ensinamentos cristãos. As pessoas não sabem quem namorar, como namorar, que limites impor e se devem ou não praticar sexo antes do casamento. Esses e outros questionamentos podem ser evitados se o assunto não se tornar um tabu e for tratado pela família com sabedoria. Com relação a isso, Elaine ressalta que esse é o objetivo do livro que escreveu, direcionado não só ao jovem, mas aos pais, que devem ter respostas para as dúvidas de seus filhos.

“A proposta é ampliar o conhecimento do jovem sobre o namoro, discutindo o assunto de forma direta e transparente. A maioria dos exemplos e questionamentos apresentados no livro foram retirados de situações de consultório e palestras. O objetivo é mostrar ao jovem cristão que ele pode resolver seus conflitos sentimentais respeitando os limites impostos por Deus e pela sociedade”, finalizou a especialista.

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