Casa alagada no bairro de Campo Grande,
Teresópolis (Foto: Thamine Leta/G1)
Morador do bairro de Campo Grande, um dos mais devastados de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, o servente José Sírio abriu sua casa para os desabrigados da região, mas, por causa do risco, acabou tendo que se mudar com eles para um outro abrigo.Teresópolis (Foto: Thamine Leta/G1)
“Na noite da chuva minha casa foi a única que sobrou. Eu recolhi as pessoas e uma hora percebi que tinham 40 pessoas na minha casa. Depois, também tive que sair de lá. Eu queria voltar, pegar minhas roupas. Não tenho nada”, contou José Sírio.
José está abrigado em um hotel fazenda de luxo que fica no acesso ao bairro de Campo Grande. “O hotel também foi invadido pela água. Mas lá, não corre o risco de cair. Não por enquanto. Então, vou ficar até quando deixarem. Eles estão abrigando algumas pessoas lá”.
A prefeitura de Teresópolis disponibilizou o ginásio Pedro Jahara, conhecido como Pedrão, para abrigar as pessoas que precisaram deixar suas casas por conta da tragédia.
'Teresópolis foi devastado', diz morador
As ruas que dão acesso ao bairro de Campo Grande estavam desertas nesta manhã. Poucas pessoas circulavam pelo local, que continua devastado pela chuva que atingiu a cidade na noite de terça (11). A Defesa Civil, estima que ainda tenham cerca de 150 desaparecidos na região. Um hospital de campanha foi montado na cidade.
“Teresópolis foi devastado. Campo Grande acabou. Ou as casas caíram ou as pessoas tiveram que abandonar tudo. Acabou”, contou um João Antônio, uma das poucas pessoas que passavam pelas ruas. O G1 percorreu bairros como Posse, Cascata de Imbuí e o acesso ao bairro de Campo Grande. Na manhã desta quinta, a chuva continua a cair e deixa os moradores preocupados.
No único caminho que leva ao bairro de Campo Grande, é possível chegar até certo ponto de carro. Após alguns quilômetros, a caminhada tem que ser feita a pé. As ruas estão cobertas de lama e muitos carros foram abandonados no local. Tanto casas planas, quanto as que ficam em encostas continuam invadidas pelas águas do Rio Caleme.
Ponte está rachada
A Ponte do Imbuí, que é o principal acesso aos bairros de Campo Grande e Caleme, está rachada e com deslizamentos em alguns pontos. A Defesa Civil usa a ponte para chegar aos pontos mais críticos e ainda não tomou providências, nem interditou o local.
“Esse é o principal lugar pra chegar em casa. Se cair, ninguém consegue passar. Nem para fazer resgaste”, contou a dona de um bar no local, Silvana Neves.
Silvana comprou o bar há nove meses e viu o estabelecimento ser inundado por água e lama. “Estou aqui hoje trabalhando para recuperar o pouco que não estragou. E se chover mais? O que vou fazer? Mas é assim, pelo menos estou viva”, disse.
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