Eventualmente, com a ajuda de grupos cristãos, ele emigrou para os Estados Unidos onde tem se dedicado a contar sua história e o sofrimento dos outros cristãos sudaneses. Agora ele conta uma versão atualizada do conto, no qual o final ainda está para ser escrito. A história diz respeito a um referendo marcado para 09 de janeiro de 2011. Naquele dia, o povo do sul votará para se manter parte do Sudão. Mesmo que o resultado da eleição tivesse sido positivo, o que não foi, ainda haveria razão para temer o que acontece depois da votação. Guerra Civil Um funcionário do governo deu a entender que o governo "não irá reconhecer" os resultados do referendo. O motivo é que o Movimento de Libertação do povo do Sudão (tradução livre) não cumpriu as suas obrigações no acordo de 2005 que pôs fim a uma guerra civil de 22 anos. A guerra matou pelo menos 2 milhões de pessoas no sul e obrigou outros 4 milhões a fugir de suas casas. Seguiu-se uma tentativa de impor a Lei Sharia sobre os cristãos do Sudão e animistas. Aqueles que não foram mortos ou se tornaram refugiados eram muitas vezes, como Francis, escravizados. Tendo em conta esta história fatalista, é esperado que os sulistas votem pela independência, e que o governo sudanês os deixe ir. Não que este tenha mudado sua atitude em relação à população cristã, mas porque estão vivendo em cima de reservas de petróleo do país. Essa é a verdadeira razão de Khartoum (a capital) não reconhecer os resultados: Se o sul se tornar independente, levará a economia do país com ele. O governo sudanês já provou, tanto no sul e mais recentemente em Darfur, que está disposto a repetidamente cometer crimes contra a humanidade para conseguir o que quer. O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, já foi acusado de genocídio e crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional. Preocupação Internacional Francis tem cruzado o país alertando o público sobre a probabilidade de haver grande violência logo após o referendo de 09 de janeiro. E ele não está sozinho: a secretária de Estado Norte Americano, Hillary Clinton chama o Sudão de “uma bomba-relógio." A declaração de Dennis Blair, diretor Nacional de Inteligência foi preocupante. Ele disse ao Congresso que o sul do Sudão era o mais provável candidato para "um assassinato em massa ou genocídio novo." Apesar da retórica, Francis diz que ele e seus compatriotas estão preocupados, e tem razão, pois, a única maneira de os Estados Unidos protegerem os sudaneses é deixar claro que ficar parado e não fazer nada é inaceitável. Tradução: Yara Ferreira
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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
O sofrimento dos cristãos sudaneses
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