sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Fundador do WikiLeaks relata sofrer ameaças de morte após vazamento

Site está publicando documentos diplomáticos secretos norte-americanos.
Julien Assange afirma estar tomando as 'precauções apropriadas' possíveis.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse nesta sexta-feira (3) que ele e seus colaboradores estão temerosos porque sofreram ameaças de morte após terem começado a publicar documentos diplomáticos dos EUA.
"As ameaças contra nossas vidas são públicas, mas estamos tomando as precauções apropriadas até onde podemos, lidando com um 'superpoder', disse ele, em um chat com leitores do jornal britânico "Guardian".
O site foi "expulso" na quarta-feira do servidor americano Amazon e encontrou refúgio, ao menos em parte, no servidor francês OVH, confirmou uma fonte próxima.
O site precisou mudar seu endereço, deixando de lado o tradicional "wikileaks.org" e passando a funcionar no "wikileaks.ch", que redireciona para um outro endereço numérico.
O sistema está instável e fica sem funcionar em alguns momentos.
Página inicial do site de vazamentos nesta sexta-feira (3). 
Julien Assange, fundador do WikiLeaks, pede doações para continuar o 
trabalho de divulgação de documentos.Página inicial do site de vazamentos nesta sexta-feira (3). Julien Assange, fundador do WikiLeaks, pede doações para continuar o trabalho de divulgação de documentos. (Foto: Reprodução)
Segundo se constatou esta quinta-feira por um rastreamento do endereço IP, este remonta ao OVH em pelo menos parte dos conteúdos do WikiLeaks. O restante do site continua hospedado na Suécia.

Uma fonte francesa próxima ao WikiLeaks confirmou a validade do rastreamento, embora tenha dito que o alojamento será apenas provisório. "Há vários dias que, devido aos ataques informáticos sofridos, o WikiLeaks muda de país e de servidor regularmente, assim não há certeza de que amanhã não se hospede em outro país", explicou a fonte.
O OVH, com sede em Roubaix (norte), é apresentado pelos sites especializados como uma das maiores empresas de servidores da França. Contatada pela agência de notícias France Presse, a empresa se negou a comentar a informação.

O site WikiLeaks iniciou, no domingo, a divulgação de 250 mil documentos trocados por diplomatas americanos, provocando a indignação de Washington e manifestações de incômodo de vários governos.
Governo da França
O governo da França está estudando maneiras de impedir que o site WikiLeaks, que vazou documentos diplomáticos americanos, seja hospedado por servidores no país.
A informação está em uma carta escrita pelo ministro da Indústria, Eric Besson, e endereçada a sua equipe.
Ele argumenta que o site viola o segredo das relações diplomáticas e põe pessoas em perigo.
PressãoO senador americano independente Joe Lieberman e seus colegas republicanos John Ensign e Scott Brown apresentaram na quinta-feira (2) um projeto de lei para eliminar a ameaça que representa o site WikiLeaks.
"O WikiLeaks não é uma fonte, nem Assange um jornalista"
John Ensign, senador dos EUA
Em comunicado divulgado pelo escritório de Lieberman, os três senadores indicam que seu projeto de lei, denominado "Shield Act" ("Ato Protetor", em tradução livre), permitiria ao Governo dos EUA dispor de "uma maior flexibilidade contra o WikiLeaks e seu fundador, Julian Assange," ao tornar ilegal a publicação de nomes de informantes do Exército dos EUA e dos serviços de inteligência.
"Julian Assange e seus camaradas, em sua tentativa de atrapalhar nossos esforços de guerra, estão criando uma lista de alvos para nossos inimigos ao publicar os nomes de fontes da inteligência humana", sustentou Ensign.
"Nossas fontes arriscam valentemente suas vidas quando se opõem à tirania da Al Qaeda, dos talibãs e de regimes assassinos, e eu não ficarei de braços cruzados sabendo que se transformam em alvos mortais por culpa de Julian Assange", acrescentou.
"O WikiLeaks não é uma fonte, nem Assange um jornalista", insistiu.
Lieberman, por sua vez, que preside o Comitê de Segurança e Assuntos Governamentais do Senado dos EUA, assinalou que os diplomatas americanos, aliados e fontes dos serviços de inteligência "terão a garantia de que suas vidas não serão postas em perigo".
De acordo com o senador independente por Connecticut, o projeto de lei permitirá que sejam processados criminalmente todos os que põem em risco as fontes de informação, que, disse, "são vitais para proteger nossos interesses em segurança nacional"

 

Do G1, com agências internacionais

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