quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Que tipo de música Deus ouve?

Por Rev. Renato Neves



Se DEUS ouve música, que tipo de música ELE ouve? Qual seria o gênero musical que impressiona DEUS?
Clássicos? Rock? Pop? Heave Metal? Eletrônica? Funk? Punk? Mambo? MPB? Jazz? Blues? Sertanejo? Pagode? Ou, a famosa “Gospel”? Afinal, DEUS ouve música? Essa pergunta pode estar buscando chamar a sua atenção para que você medite em como devemos nos apresentar diante do Senhor, em nossa adoração.

Talvez contrarie alguns que lidam com música e adoração na casa do Senhor, ao dar a minha cética e fria resposta: (Por favor, não pare de ler este artigo, faça uma forcinha e leia-o até o final) Minha resposta é: Deus não ouve música!

Caramba... Desculpe-me... Continua lendo ai, (vê no que vai dar...) Possivelmente, ao ler essa resposta você se sinta muito desconfortado e até mesmo um pouco de triste... Mas ainda querendo te provocar mais um pouquinho, o que de fato te incomodou? Foi o mal-estar em pensar que Deus (Senhor dos Senhores, Rei dos Reis, Fonte de toda inspiração humana) não se interessaria pela composição de melodias, harmonias e ritmos de uma música. Ou seria a tristeza como conseqüência de uma frustração que surge com o pensamento de que o Senhor, não ouvindo música, ignora a forma de executar sons e louvores em Sua presença? O Senhor DEUS Todo-Poderoso, Alvo de minha canção, de meus louvores estaria ouvindo ‘somente’ meu coração? Qual seria a reação de um escultor ao perceber que não precisaria ter o cuidado em como ou que ferramentas iria usar para desenvolver uma obra de arte, pois seu mestre não estaria interessado em sua criação, mas somente na intenção ao construí-la?!

Pensar na possibilidade que Deus não ouve música frustrou meus sentimentos e contrariou minha ‘visão musical’ para entoar ou conduzir uma congregação por meio de um Ministério de Louvor, ou de um grupo vocal na execução de uma canção. De acordo com a Palavra de Deus, esta deve ser cantada ‘com júbilo e com arte’ (Sl. 33:3b). Não quero abordar a absoluta verdade de que Deus se interessa pelo nosso interior, pois o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração (I Sm. 16:7). Tudo bem, é isso ai mesmo...

Todavia, entendo que “Deus não ouve música; mas, sim, adoração”... Então, se faz necessário de nossa parte, mais do que nunca, buscar revelar o cuidado de ter e manter ‘mãos limpas e coração puro’ em nossa adoração. Quando chegamos o mais próximo do Propósito para o qual fomos criados, estamos de fato adorando a DEUS... Se não vejamos a receita de Adoração nos salmos 148 e 149 (Leia-os). Daí então, a preocupação que tenho em ver que nos dias de hoje, ministérios de louvor das igrejas, pessoas que nos ensaios de nossos ministros concluírem que Deus quer ‘somente’ ouvir nossa intenção.
Seria isso verdade? Por que, então, lemos nas Sagradas Escrituras, tantos personagens bíblicos lançando mão de instrumentos musicais e ‘cantando’ sua alma ao Senhor? Por que o Espírito de Deus permitiria conhecimento a mestres da música erudita, cujas composições têm, nas letras, descrições da Palavra de Deus?
Alguns deles não ficariam esquecidos com o tempo, mas seriam conhecidos também por glorificar a Deus em suas obras. Assim tipo, Haydn, Haendel, entre outros... Já sabendo que o final de sua vida estava chegando, ao ouvir uma de suas composições sobre “A criação”, Haydn ergue sua voz e diz – “Toda a glória de minha música eu devolvo a Deus”. O que não dizer, então do famoso Haendel e sua obra mais famosa - o Messias foi composta em apenas 24 dias, um tempo irreal para o seu tamanho (obra na qual encontramos o conhecidíssimo Aleluia). Haendel teria registrado sua sensação ao escrevê-la: “Acredito verdadeiramente ter visto o céu aberto e o próprio Deus diante de mim”.

Poderíamos ignorar a força da Palavra de Deus na vida desses homens que a absorveram e escreveram sobre o nosso amado Jesus? Tais apontamentos dissiparam um pouco minha perturbação e tristeza... Mas argumento maior podemos encontrar na Palavra de Deus: o Salmo 45 (único cântico de amor do saltério) é dedicado a quem? Ao Ungido de Deus e sua noiva: “Ao Rei consagro o que compus...”. No versículo 8, ele canta: “Todas as tuas vestes recendem a mirra, aloés e cássia; de palácios de marfim ressoam instrumentos de cordas que te alegram”. Em Mt. 26:30, após cearem juntos, o próprio Jesus e os discípulos, “(...) tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras”. Por fim, em Apocalipse 15:3, os vencedores “(...) tendo harpas de Deus, entoarão cânticos de Moisés (...) e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!”

Que prazer constatar que o Mestre dos levitas ‘ouve música’. Sim, Ele ouve sons musicais que O alegram. Aleluia!! Mas não uma música que é fruto apenas do talento ou dom, ou de estudos periódicos e de esforço para o aprendizado... Não... Creio com convicção que A MÚSICA QUE DEUS OUVE E RECEBE, é a que se apresenta como conseqüência de uma consciência pura, santa e agradável a DEUS... Uma música que é fruto de uma essência de caráter santo e não apenas de carisma momentâneo... Estamos com muitos ministros carismáticos e talentosos... Tudo bem, mas precisamos, e com urgência, que se levante em nosso meio homens e mulheres que sejam santos e cuja santidade é manifestada com uma vida digna, comprometida e que venha contribuir para a edificação do Corpo de Cristo (Igreja) e não com os elogios, as ofertas e o sucesso... Se você teve a paciência de ler até o final, me perdoe se fui duro... Mas, pense nisso... A essência de nossas canções precisam estar em conformidade com a essência de nossa vida, para que venhamos a cantar o que vivemos e venhamos a viver o que cantamos... Pode ter certeza que DEUS, não só ouvirá nossa música, mas também lerá o que escrevemos...
Que DEUS nos abençoe...

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