Texto Base: E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo (Mc 15.38).
O véu que separava o lugar Santíssimo no Tabernáculo e posteriormente no Templo significava que o homem para falar com Deus necessitava de um intercessor humano. Esse intercessor era o sumo sacerdote, que apenas uma vez por ano podia adentrar ao Santo dos Santos, depois de cumprir todo um ritual de purificação. O povo ficava esperando do lado de fora para depois saber o que Deus tinha falado.
A morte de Jesus no Calvário marcou o fim dessa separação, o véu foi rasgado de alto a baixo não deixando dúvidas que foi o poder e a vontade de Deus que o fez. Tudo isso demonstrando que a partir de então o homem tinha livre acesso ao Pai Celestial. A morte de Jesus também significou o sacrifício perfeito e único. Todo sacrifício que o homem necessitava fazer para ter paz com Deus, foi encerrado na morte de Jesus, conforme escreve o autor da epístola aos Hebreus: Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto ele fez, uma vez, oferecendo-se a si mesmo. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre (Hb 7.27-28).
Mas agora estamos vendo em algumas igrejas, principalmente nas neopentecostais os pastores sendo colocados como intercessores entre Deus e os homens. Quer dizer, para que Deus lhe atenda você precisa receber a oração feita pelo bispo tal. Se não for dessa maneira, sua suplica a Deus ficará sem resposta. Deus não responde mais as orações de seus filhos se não houver a intermediação de um pastor, apostolo ou bispo. "Costuraram" o véu do Templo e colocaram de volta. O acesso a Deus está restrito a um pequeno grupo de “queridinhos”. São os novos sumo sacerdotes. Muitos crentes já não oram por cura, seja qual for a doença, porque Deus só atende a oração se for feita por pastores ou bispos.
Este tipo de ensinamento não é feito diretamente, mas as pessoas são induzidas a acreditarem que é dessa maneira que as coisas devem ser, já que são bombardeadas com exemplos de curas e milagres que acontecem quando a oração é feita por um desses "ungidos" do Senhor. Existe até uma "guerra" entre igrejas para saber onde está a oração mais forte, onde está o maior número de curas.
A falta de conhecimento bíblico faz com que um grande número de pessoas fique a mercê desse tipo de prática. Tem pastor dizendo que os membros de sua igreja não precisam sequer jejuar, isso será feito por ele.
O sistema de sacrifícios que havia sido encerrado em Jesus, também voltou a ser praticado. Só que agora não é mais com animais e sim com dinheiro. Os púlpitos foram substituídos por altares, que significa lugar de sacrifício. Já apontando para onde o “fiel” deve levar seu sacrifício. Para provar sua fé a pessoa deve entregar seus bens. Se isso não for feito as bênçãos não acontecerão. Estão apresentando um Deus que só atende pedidos se for feito por líderes da Igreja e se houver pagamento. O Deus misericordioso, amoroso e cheio de graça foi substituido por um deus mercenário, que não atende a quem não paga pelo milagre, e é pagamento adiantado.
O mais estranho é que eles ensinam que o pagamento é uma prova da fé, mas quando o milagre não acontece, dizem que foi por falta de fé. Mas a pessoa já não tinha demonstrado sua fé ao pagar pelo milagre? Como então não teve fé? São contradições que o povo "cegamente" aceita.
Uma criação dessa gente que fez grande sucesso foi o sacrifício de "Isaque", em que o fiel entregava a igreja o seu maior e melhor bem. A grande diferença com o sacrifício da Bíblia, é que Deus devolveu a Abraão o seu Isaque. No sacrifício que eles inventaram o "Isaque" não é devolvido. E ningém questiona.
Enfim, é tudo uma grande manipulação. Essa turma esta brincando com a Palavra de Deus. Se fazem de "doutores" nas Escrituras quando na verdade só à usam para alcançarem seus objetivos, que é "criar" uma geração de cristãos dependentes deles.
E o povo segue todas essas coisas como se estivesse tudo correto, tudo segundo a Bíblia. O povo continua escravizado por falta de conhecimento. Até quando?
J. DIAS
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